segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Alento

Violão escondido num canto é silêncio.
Coração encolhido no peito é desprezo.
Solidão hospedada no leito é ausência.
A paixão reflectida num pranto, ai, é tristeza.
Um olhar espiando o vazio é lembrança.
Um desejo trazido no vento é saudade.
Um desvio na curva do tempo é distância.
Um poeta que acaba vadio, ai, é destino.
A vida da gente é mistério.
A estrada do tempo é segredo.
O sonho perdido é espelho.
O alento de tudo é canção.
O fio do enredo é mentira.
A história do mundo é brinquedo.
Os versos do samba é conselho.
E tudo o que eu disse é ilusão.

Paulo Cesar Pinheiro.

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