Entre o autor e o público, posta-se o intermediário.
E o gosto do intermediário é bastante intermédio, medíocre.
Medianeiros médios pululam nos meios, onde, galopando, teu pensamento chega.
Um deles considera tudo sonolento: "sou homem de outra têmpera! perdão", e repete um só refrão: "O público não compreenderá".
Camponês, só viu um faz tempo, antes da guerra.
Operários, deu com dois, uma vez, numa ponte, vendo subir a água da enchente.
Mas diz que os conhece como a palma da mão. Que sabe tudo o que querem!
Aqui vai meu aparte: chega de chuchotar bobagens para os pobres. Também eles, podem compreender a arte. Logo, que se eleve a cultura do povo!
Uma só, para todos.
Sobre o autor:
Maiakovski (1893 - 1930) foi o primeiro poeta russo moderno a engajar política e ideologia à poesia. Despiu a arte poética para refazê-la na medida exigida pela linguagem comum de milhares de homens e mulheres trabalhadores.
Maiakovski (1893 - 1930) foi o primeiro poeta russo moderno a engajar política e ideologia à poesia. Despiu a arte poética para refazê-la na medida exigida pela linguagem comum de milhares de homens e mulheres trabalhadores.
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