O
tempo não descansa, nem rola ociosamente pelos sentidos, pois produz
na alma efeitos admiráveis.
O
tempo vinha e passava, dia após dia.
Vindo
e passando, inspirava-me novas esperanças e novas recordações.
Pouco a pouco, reconfortava-me nos antigos prazeres a que ia cedendo
a minha dor.
Não
se sucediam, é certo, novas dores, mas fontes de novas dores.
Mas
por que me penetrava tão facilmente e até o íntimo aquela dor,
senão porque derramei na areia a minha alma, amando um mortal como
se ele não houvesse de morrer?
(Sto.
Agostinho, 2009, p.83)
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