segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quanto mais moderno...


Voltaire em seu livro "Candido" escrito 1758 uma pequena fabula cujo protagonista recebe o mesmo nome do livro. Trata-se de um jovem simples e ignorante que sempre pagou muito caro por sua ingenuidade.
Não que fosse deseducado, longe disso, mestre Pangloss ensinava metafísica teólogo cosmológica à Candido e mostrava de forma bastante coerente que este é melhor dos mundos possíveis e que as coisas não podem ser de outra maneira, pois tudo existe com uma finalidade e as coisas caminham para o melhor dos fins possíveis.
Cito algumas pérolas de mestre Pangloss em sua metafísica:
 "observem bem que os narizes foram feitos para segurar óculos, de maneira que temos óculos"...
"As pedras foram formadas para serem talhadas, e para de construírem castelos com elas, de maneira que o monsenhor tem um belíssimo castelo; o maior barão da província deve ter a melhor moradia".
Hoje em dia, em nossas salas de aulas, observamos milhares de mestres tipo Pangloss, que ensinam a submissão a ideias tolas de forma a acatarmos autoridades perigosamente ignorantes e simplistas.
Os pupilos dos mestres do tipo Pangloss atuais não são ensinado a duvidar do nosso moderníssimo relicário metafísico.
O quadro mostra que em 300 anos as coisas continuam sempre atuais; nossos barões continuam a ter a melhor das moradias possíveis, sem onerar pecuniariamente seus próprios rendimentos.
Portanto a cerca de 300 anos atrás Voltaire nos afirma que nossa boa fé, a nossa ingenuidade, a nossa ignorância, nossa crença e nossa mão de obra constrói a sociedade de forma a manter no poder nossos atualíssimos senhores feudal. 
Cledemar

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